O cristianismo e os cristãos sempre foram alvos de ataques, sejam estes abertos ou sutis: o farisaísmo intolerante que se derramou sobre os primeiros cristãos, depois a perseguição implacável do império romano, e em seguida o sincretismo religioso que manchou a fé primitiva. Mas quais seriam os perigos modernos? Podemos citar o radicalismo islâmico que intensifica seus ataques quase indiscriminadamente, o socialismo/comunismo que se esforça para impedir o crescimento do cristianismo, e o ateísmo, que utiliza fortemente os meios educacionais para divulgação de suas teorias.
Há, todavia, uma ameaça sutil, que vem sorrateiramente minando a fé de milhares de cristãos, incluindo alguns adventistas. Trata-se da cosmovisão pós-moderna. Cosmovisão seria a maneira de pensar de uma época. Não podemos negar que o pós-modernismo trouxe o real benefício de promover a convivência com as diferenças, a valorização do indivíduo e da comunidade, e a proteção às minorias. Mas não estamos em paz com o pós-modernismo. Cito duas lutas que travamos: primeiramente, o combate externo. Esta geração não aceita absolutos, mas o cristianismo continua afirmando as verdades bíblicas como absolutas. Continuamos ensinando que há comportamentos errados que são pecado, os quais devem ser confessados, perdoados e deixados. Esta é uma batalha estranha, porque trouxe uma aparente inversão de posições quanto ao passado. Não faz tanto tempo, a flexibilidade, o perdão, e a aceitação estavam do lado dos cristãos, em contraste com a dureza, frieza e rigidez dos ímpios. Mas agora são os mundanos que defendem aceitação incondicional, e nos chamam de rudes e intolerantes por defendermos normas absolutas.
A segunda, e mais difícil luta que travamos, é interna. Alguns adventistas, mesmo que inconscientemente, defendem padrões pós-modernos dentro da igreja. Isto está produzindo um tipo de cristão frouxo, que não se preocupa com comportamento, não aceita aconselhamento quanto a vestuário, uso de maquiagens ou joias, não admite a disciplina eclesiástica, e imagina que o amor e a graça de Deus praticamente anulam a necessidade de obediência. O pós-modernismo tem produzido um falso cristianismo que oferece a aceitação sem transformação e graça sem a santificação.
Como no passado os cristãos rejeitaram o politeísmo, o panteísmo, o agnosticismo, o ateísmo, o positivismo e o deísmo, hoje nós respeitosamente rejeitamos os itens errados do pós-modernismo. Nós decididamente aceitamos e propagamos as verdades absolutas da existência de Deus, da inspiração da Bíblia, da salvação pela fé, do juízo, etc. Há espaço para o respeito e o diálogo, mas não para o rebaixamento das normas.
O que precisamos para concluir a pregação do evangelho nesta geração é o levantar de uma geração firme em contraste com uma sociedade volúvel. Precisamos de jovens que saibam exatamente o que fazer em contraste com aqueles que agem com base no “tanto faz”. Pessoas que sejam edificadas sobre a rocha e que não se submerjam na areia movediça. Precisamos de uma geração que creia em Deus e se relacione com Ele. Que creia na Bíblia e pratique suas verdades absolutas. Que conheça o único caminho e siga por ele. Que custe o que custar, viva a fé e pregue a verdade até que Cristo volte em glória e majestade.
Pastor Apolo Abrascio
Presidente – Associação Catarinense da IASD