Á 25 anos a irmã Bete está envolvida na missão

O envolvimento dos membros no trabalho missionário está cada vez mais frequente. Através da visão missionária da União Sul-Brasileira (USB), as igrejas adventistas nesta região têm motivado seus fiéis a se envolverem na missão em suas congregações. É uma visão que alicerça o adventista nos caminhos de Deus e traz novos conversos para a igreja. Um caminho que se preocupa com o envolvimento dos membros e não apenas com números.

Essa visão tem alegrado os adventistas por motivá-los a usarem seus dons para servir a Deus. Assim, por meios criativos, novas pessoas têm conhecido a mensagem de Cristo e menos membros têm se afastado da igreja. Nas páginas desta edição do Jornal Pioneiro podem ser vistos exemplos de diferentes maneiras que estão sendo empregadas na pregação do evangelho.  Entretanto, como será daqui 5, 10, 20 anos? Fará de fato diferença essa visão?

Por isso nossa reportagem foi conversar com Elisabete Pereira Leonel, moradora de Forquilhinha, no Sul do Estado. Apesar de não aparentar a idade, Elisabete, que tem 63 anos, é um exemplo de como o envolvimento com a igreja faz a diferença em sua jornada cristã. Você deve se perguntar “o que ela faz de especial”, ou “qual a ideia que ela inovou”. É aí que mora o segredo. Ela não fez nada de extraordinário, apenas se colocou nas mãos de Deus e tem, por 25 anos, trabalhados na área de secretaria.

São 25 anos de aprendizagem e luta para continuar o ministério. Ela passou pela mudança do papel para o computador, encontrou a oportunidade de se aproximar das pessoas, descobriu um novo ministério para se envolver e o principal, nunca deixou os caminhos de Deus. Acompanhe a conversa abaixo com essa obreira do Senhor, uma mulher humilde e que não se cansa de dedicar o seu tempo para servir a igreja.

Pioneiro: Irmã Bete, como foi o seu começo como membro da igreja e quanto tempo demorou para a senhora começar a se envolver neste Ministério da Secretaria?
Elisabete: Eu estou há 25 anos trabalhando na secretaria. Eu comecei logo que ingressei na igreja. Para mim foi uma surpresa porque logo que fui batizada o pastor já me pediu para auxiliar neste ministério. Foi um desafio no começo. Muito papel, controles e principalmente lidar com pessoas. Mas eu aprendi e logo já estava até visitando os membros em seus lares. E com esse envolvimento me despertou para outra área, o evangelismo. Hoje trabalho nas duas áreas com alegria e tenho me esforçado bastante para dar alegria para as pessoas e para Deus. E particularmente eu também me alegro bastante. Eu comecei a trabalhar na secretaria logo depois de ser batizada, na época com 37 anos, e hoje não sei onde estaria se eu não tivesse envolvida na igreja desde que eu fui batizada.

Pioneiro: Então nós percebemos que a secretaria é algo que vai além de cadastros e preenchimento de atas. É uma missão, não é mesmo?
Elisabete: Você não tem noção de como é uma área missionária. É uma das coisas que eu mais gosto de fazer na vida. Me envolvo com todos os membros. Desde o recém-batizado até aos mais experientes. Nós auxiliamos o pastor a atender os necessitados e discipulamos os novos membros.

Pioneiro: Há trabalhos na igreja que ficam em maior evidência. Outros são exercidos nos bastidores, como a secretaria. Fale um pouco sobre atuar nesta área.
Elisabete: A secretaria tem a sua importância. A secretaria trabalha nos bastidores. Às vezes até no anonimato. Mas é um trabalho vital para a igreja porque facilitamos uma análise sobre a saúde espiritual da igreja. E eu vou confessar, é um trabalho que te eleva espiritualmente porque é um trabalho que ajuda o próximo. E quando ajudamos alguém nós mesmos nos satisfazemos. Isso nos preenche. É tudo de bom pra gente.

Pioneiro: A irmã chegou a pensar em desistir nesses 25 anos de ministério?
Elisabete: Não. Muito pelo contrário. Quando eu fiquei dois anos sem atuar na secretaria eu senti muito. Eu senti bastante mesmo. Fique tipo que arrasada em ficar parada. Trabalhar para Deus já faz parte de mim.

Pioneiro: Fale um pouco mais sobre esse trabalho de visitação.
Elisabete: Como já conhecemos todos os membros, visitamos eles, trazemos para a igreja quando ele está fraco espiritualmente, levo para comer algo em casa e bater um papo para amenizar o sofrimento. Eu nunca pensei em desistir da secretaria, nunca pensei.

Pioneiro: Há poucos anos houve a mudança do papel para o computador. Um sistema de secretaria informatizado. Foi difícil para a irmã que não tinha tanto conhecimento tecnológico?
Elisabete: Não foi fácil. Era como se fosse um bicho de sete cabeças. Assim que eu vi , fiquei com muito medo. Eu achei que eu não iria conseguir. Pra mim, era como se eu estivesse entrando em outro desafio. Mas graças a Deus, com muita oração e a ajuda de Deus, estamos fazendo o trabalho.

Pioneiro: A irmã está há 25 anos na secretaria. Pretende parar em breve?
Elisabete: Não penso não (risos). Jesus chamou Moisés com 85 anos para ir para o Egito. Porque eu não posso dar mais um pouquinho de mim? Mas estou atenta ao futuro e por isso treino as minhas secretárias e auxiliares. Deixo elas a par de todos os procedimentos. Explico como é feito, trago para pertinho de mim para que aprendam porque sei que não vou ficar eternamente.

Pioneiro: A irmã é um exemplo de envolvimento com a igreja. Qual sua mensagem para aquelas pessoas que estão paradas nas congregações?
Vale a pena trabalhar para Deus. A secretaria, no caso, trabalha diretamente com pessoas e apenas com cadastros e comissões. Jesus não desistiu de mim porque por 37 anos eu andava vagando pelo mundo. Mas Ele investiu em mim até me fazer conhecê-lo profundamente. Por isso, eu também não posso desistir das pessoas. Tenho que ir atrás e não desistir delas também. Porque é fazendo o trabalho de Cristo Jesus que a gente vai chegar onde Ele quer que a gente chegue: no céu. Ajudando uns aos outros.

Nota: A irmã Elisabete esteve participando entre os dias 31 de Março e 2 de Abril do Encontro de Secretaria da Associação Catarinense no CATRE. Na oportunidade ela foi homenageada e usada como exemplo para os participantes continuarem envolvidos na missão.

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