As palavras de Jesus registradas em Marcos 16:15 fundamentam a missão e o estilo de vida da Igreja: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. O princípio contido nestas palavras orienta as ações e metas do movimento adventista. A escritora americana Ellen White contribui com o assunto afirmando que “A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir, e sua missão é levar o evangelho ao mundo”[1]. Percebe-se que o envolvimento na obra de compartilhar o evangelho por parte dos seguidores de Cristo é a essência do cristianismo. Ou nos envolvemos na missão, ou nos envolveremos na omissão.
Em uma sociedade marcada pelo secularismo, onde o ceticismo, as injustiças e a crise existencial imperam, verifica-se que há urgente necessidade da Igreja envolver-se como um todo em ações evangelísticas que apresentem a relevância prática do evangelho. Há mais necessidade da Igreja nas “ruas”, do que a Igreja nos “templos”. A visão do evangelismo inserido em uma cultura pós-moderna é uma visão integrada; uma estratégia que contempla a participação de todos os membros no processo de planejamento, proclamação e consolidação da pregação do Evangelho.
O evangelismo deve ser o estilo de vida da Igreja, não apenas uma característica. Segundo Oswald Smith[2], “Igreja que não evangeliza, fossiliza”. A Igreja só pode ser vitoriosa no evangelismo quando a maior parte dos membros está plenamente envolvida. Separados somos uma gota, unidos formamos um oceano. A Igreja unida no processo de salvar e de discipular, chega mais longe e é mais relevante.
Evangelismo, mobilização e discipulado no contexto da missão são palavras sinônimas que se alternam em momentos distintos. Em Mateus 28:18-20 encontramos o objetivo primário da grande comissão. O próprio Cristo afirma no verso 19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações…”. Verifica-se que a ordem de Cristo é um chamado ao discipulado. A visão integrada de Evangelismo, onde a igreja é incentivada e instruída para participar ativamente da missão por meio dos dons de seus membros, contribui para a formação de um ideal discipulador. Ou seja, evangelismo muito mais do que proclamação, deve ser visto como um ato de mobilização interna da Igreja para alcançar o externo, o perdido (Lucas 19:10), aquele que vive sem esperança. Os resultados são impactantes: 1) Diminuição no nível de apostasia; 2) Aperfeiçoamento dos dons espirituais; 3) Amadurecimento relacional; 4) Crescimento no índice de fidelidade, etc. Quanto maior for o envolvimento, maiores serão os resultados quantitativos e qualitativos.
Quando a Igreja participa ativamente da missão os resultados são eficazes, duradouros e expressivos. Certa vez o renomado evangelista D.L. Moody disse: “Eu sou apenas um, mas sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E aquilo que eu posso fazer, pela graça de Deus eu farei”. Deus esta procurando por um homem, uma mulher, um jovem, uma Igreja que aceitará seu chamado para um envolvimento maior em sua obra. White escrevendo sobre o assunto, afirma: “A obra de Deus na Terra nunca pode ser concluída até que os homens e mulheres que compõem nossos membros na Igreja se empenhem na obra e unam seus esforços com os de ministros e oficiais da Igreja”[3]. O que leva ao êxito não é a distância percorrida, mas o rumo tomado. O rumo da Igreja para alcançar o mundo com a pregação do evangelho chama-se: Cada um Salvando Um.
Pastor João Nicolau
[1] White, Ellen G. Atos dos Apóstolos, pg. 9.
[2] Smith, Oswald. Paixão pelas Almas, pg. 146.
[3] White, Ellen G. Testemunhos P/ Igreja, Vl. 9, pg. 117.